domingo, 5 de julho de 2015

Uma Revelação #9

Quando era criança, por volta dos 6/7 anos, tinha uma cadela chamada Princesa. Desde que me lembro de mim própria que adoro cães. A Princesa era muito estimada. Na altura, vivia com dois homens alcoólicos, o meu pai e o meu avô, e éramos muito pobres. 

Um dia, o meu avô disse-me que ia levar a Princesa a dar um passeio e nunca mais a vi. Desde esse dia que mal falo com o meu avô e a má relação mantém-se até ao dia de hoje. Na altura, nem percebi que ele tinha abandonado a minha cadela, pensei que apenas a tinha perdido. Ainda choro só de pensar na minha Princesa abandonada numa rua qualquer. Ainda sinto uma vergonha terrível pelo que ele fez. Uns anos mais tarde confessou-me que era por causa do dinheiro. A Princesa tinha crescido e dava despesa. Nunca o perdoei. 

Sinto tanta vergonha por um acto que eu não cometi, nem tive uma palavra a dizer. Era uma criança e nada pude fazer. A minha Princesa é que sofreu. Ela nunca achou o caminho de volta. Ainda a procurei, na minha inocência, mas nunca a encontrei. Espero que a minha Princesa tenha achado uma família e que não tenha morrido sozinha. Choro a escrever esta publicação porque a minha Princesa não merecia isto. Nenhum animal merece ser abandonado. 

Imagem retirada daqui

terça-feira, 2 de junho de 2015

Bullying

Comecei a escrever esta publicação acerca do bullying há uns dias, mas ainda não a tinha conseguido terminar.

Estava a conversar com uma cliente, no meu local de trabalho, acerca dos casos recentes de bullying (nomeadamente o do vídeo em que o rapaz foi agredido por duas raparigas). Esta cliente achava que o rapaz devia ter feito alguma coisa para as raparigas o agredirem assim ou então que ele era muito estranho por não ter fugido dali.

Este tipo de conversa é recorrente e irrita-me. Como já escrevi no blog, também sofri com o bullying. Nunca fiz mal a ninguém, nunca provoquei nenhum dos meus agressores e também nunca consegui fugir. Quando contei isto à cliente, algo que me custou imenso, ela achou muito estranho. Como é possível uma pessoa ser agredida física e psicologicamente e não fugir?

É possível. É o medo que os nossos agressores colocam em nós. É aquela sensação que não merecemos melhor; que somos uma porcaria. Não fugimos porque estas pessoas nos tornam fracos; sugam toda a nossa energia.

É frequente ouvir este tipo de comentário acerca das vítimas do bullying. As pessoas têm de entender que não é uma escolha nossa! Foi uma escolha de alguém que resolveu que as nossas vidas não valiam o mesmo que o delas!

Imagem retirada daqui

sábado, 23 de maio de 2015

Racismo?

Ia a passar numa rua, um pouco estreita. Na direcção contrária vinham duas senhoras de raça negra. Como vinha com sacos e com a mala, fiz o que faria com qualquer pessoa de qualquer cor: desviei as coisas para não magoar ninguém. Uma das senhoras parou e muito indignada disse que não me ia roubar nada. 

Ainda respondi que era apenas para não magoar, mas não me parece que tenham acreditado. 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Actualização.

Já passou algum tempo desde a última vez que cá escrevi, mas desde que comecei a trabalhar a recibos verdes que, para meu azar, o número de horas de trabalho aumentou. Confesso que tenho tido alguma dificuldade em me motivar para ir todos os dias trabalhar. Sei que tenho um trabalho e isso é bom nos dias de hoje, mas também não consigo deixar de pensar no corte generoso no ordenado e nas condições laborais. 

Comecei a ter consultas com uma nova psicóloga. Estou a gostar bastante. É uma pessoa positiva e meiga. Deixa-me à vontade e não me julga. Os meus níveis de ansiedade estão altíssimos e eu passo os meus dias com pensamentos terríveis. 
A psicóloga diz que, aos poucos, tenho que enfrentar o mundo e os meus medos. A insegurança leva a melhor de mim quase todos os dias. Ela deu-me alguns exercícios simples para introduzir alguma positividade na minha vida. 

Para já o que tenho que fazer é me olhar ao espelho sempre que me estou a vestir e dizer "Gosto de mim e aceito-me como sou". Repetir todas as vezes que conseguir. Ela explicou-me que todos os pensamentos maus que tenho estão tão infiltrados porque os repito mentalmente vezes sem conta, logo tenho que fazer os mesmos com os positivos para que também se introduzam no meu dia a dia. Faz sentido.

Outro exercício para estimular os pensamentos positivos é escrever todas as noites 5 coisas boas que me aconteceram durante o dia. Mesmo que não sejam coisas espectaculares; mesmo que apenas sejam acontecimentos pequenos e banais. É uma maneira de não ir para a cama só a pensar no que correu mal. 

O próximo passo será aprender a dizer que NÃO! Ainda não sei como isto se irá proceder, mas estou curiosa.

Quero ter o controlo da minha vida; algo que nunca tive. Sempre cedi ao que todos queriam e esqueci-me que eu tenho vontades, desejos e que não há mal nenhum em transmitir isto aos outros.

Imagem retirada daqui


terça-feira, 21 de abril de 2015

Aquele momento...

... em que vais às estatísticas do blog e reparas que tens mais visitantes da Rússia do que do teu próprio país. Como é que eles vêm cá parar?!?

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Uma Revelação #8

Não falem comigo quando acabo de acordar. Desde que me lembro de mim própria que acordo sempre de mau humor. Sou a pior pessoa do mundo nesses primeiros 30 minutos! 

Mas passa-me. 


Imagem retirada daqui

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Explicar ao meu pai...

... que o nosso sinal Wi-Fi não chega à casa de banho quanto mais à casa do vizinho. Explicar ao meu pai que o nosso vizinho de 70 anos, que ainda pede ajuda para ver uma mensagem no telemóvel, não vai ver a nossa declaração do IRS. Explicar isto ao meu pai é tempo perdido.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Será?

Um dia resolve deitar um avião abaixo, matando 149 pessoas. 

Será uma depressão desculpa suficiente? Eu acho que não. 


Que giro.

Estava a ler um texto em espanhol e apercebi-me que a voz na minha cabeça soava tal e qual o Nobita, aquele do Doraemon.

Imagem retirada daqui