quinta-feira, 31 de julho de 2014

A insegurança.

Já mencionei, mais que uma vez, que sou uma pessoa muito insegura. Sou insegura nas relações pessoais, sociais e profissionais. Hoje apetece-me "desabafar" sobre os dissabores que isso me traz.

Sei que é por ser assim que nunca estou satisfeita ou feliz. Sei que é por isso que sou ciumenta e controladora. É uma luta constante comigo própria. 
Já consultei uma psicóloga, mas acabei por desistir. Não gostei da maneira de ser dela, senti que me julgava um bocadinho, no sentido em que, quando falei dos meus ciúmes (para exemplificar uma situação do meu quotidiano), ela assumiu logo que o meu problema eram de origens amorosas. E não é. Já vem de muito atrás. Muito antes de eu sequer pensar em namorados.

Quando nasci não tinha um lar. Os meus avós (maternos e paternos) não aceitaram que a minha mãe tivesse engravidado ainda solteira e não permitiram que os meus pais me trouxessem para casa deles. Na altura, os meus pais, não tinham possibilidades económicas para ter uma casa própria ou até alugar uma e então vivi da caridade. Alguns meses depois, os meus avós renderam-se. Nunca me trataram mal e sei que me amam. Mas cresci com esta realidade. Cresci, sentindo isto. E hoje em dia, consigo analisar os factos e saber o que me deixou assim, insegura.

Claro que o bullying não ajudou, ter psoríase também não, mas já cresci sempre com este sentimento de impotência. Sempre com um vazio por preencher.

A insegurança faz com que não corra riscos, com que necessite da aprovação dos outros para me sentir bem. A insegurança corrói a mente. Quando algo bom me acontece, tenho medo de celebrar. 

Existem dias bons, claro que existem. A minha vida não é um drama. Já tive muitas vitórias e muitas alegrias. Mas aquele bocadinho de mim, a insegurança, está sempre presente. 

Escrever ajuda-me imenso. Foi algo que aprendi com os anos. Quando algo me está a incomodar, escrevo, quer seja no papel ou agora, aqui no blog. Exorciza um pouco os demónios que estão cá dentro.

Imagem retirada daqui

18 comentários:

  1. Esta da psicóloga foi mesmo má. Supostamente é para nos ajudar não para nos por "pior". Já tentaste procurar outra?

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    1. Entretanto desmotivei um pouco, mas é algo que ando a pensar em fazer novamente. Faz-me bem.

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  2. little baby steps... aos poucos as coisas vão dando certo e vamos conseguindo melhorar. aos poucos. e percebendo a origem dos nossos medos torna mais fácil enfrentá-los.
    um bjinho *

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    1. É verdade. A minha luta é lenta, mas sei que estou a fazer por isso :) já é uma pequena vitória.
      Beijinhos*

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  3. Na minha opinião, a insegurança é, tal como referiste, algo que nos afecta muito psicologicamente. é preciso ter alguém - pois nós próprios não conseguimos -constantemente a repreender quando sentimos ciumes, ou inseguranças. É uma batalha difícil. mas com determinação tudo se consegue. Se escrever te sabe bem, escreve muito, e relê o que escreveste!

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    1. Eu já tenho pessoas assim perto de mim. Não me repreendem, mas muitas vezes fazem com que eu veja o meu valor. O problema é que somos todos humanos e ninguém tem paciência para estar constantemente a me reafirmar a mesma coisa. Tem que partir de mim e eu sei que um dia vou conseguir. :)
      Beijinhos*

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  4. Essa insegurança é normal, uma vez que muito novinha sentiste que te puseram de lado, por isso acabaste por criar dúvidas e a pensar que o problema está em ti. É por essa razão que sentes necessidade que os outros aprovam o que fazes, porque tens medo de estar a fazer algo errado ou que vá contra alguma coisa; nunca achas que foste suficientemente bem em determinada tarefa. Ter alguém que te diga o contrário permite-te pensar que, afinal, até nem estavas errada.
    Cresceste com isso e todas as adversidades pelas quais passaste só contribuíram para que agrava-se. E a insegurança que tinhas sobre ti acabaste por a passar a ter em relação às outras pessoas.
    Um passo de cada vez. O importante é encontrar a origem do problema - como me parece já teres feito, ainda que não seja psicóloga -, depois, e ainda que não seja fácil, é tentar criar mecanismos que te permitam ganhar mais confiança.
    Já pensaste procurar outra psicóloga(o)? Ou então, fala com alguém que aches que é capaz de te ouvir e ajudar. Se escrever te faz bem não deixes de o fazer, até porque, de facto, liberta.

    Um grande beijinho*

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    1. Sim, já pensei procurar outro profissional nessa área, mas o tempo e o dinheiro escassam. Também fiquei um pouco desmotivada depois da última experiência, mas é algo que quero fazer. É bom falar com alguém fora do nosso círculo.
      Beijinhos*

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  5. Era bom que conseguisses arranjar uma psicóloga decente, porque a que tiveste não fez o seu trabalho. Com carinho e apoio aos poucos vais conseguir ultrapassar. :)

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    1. Obrigada. Um dia destes volto a procurar uma nova psicóloga :)
      Beijinhos*

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  6. Eu também tenho bastantes inseguranças e olha que te digo que essa psicóloga não devia ser grande coisa, eu consulta uma e sinto-me francamente melhor, e nunca, mas nunca senti uma pinga de julgamento da parte dela, sinto que lhe posso dizer o que quiser que ela não julgará. Entretanto escreve sim, é uma óptima terapia :)

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    1. E é isso mesmo que compete a um psicólogo. Não julgar e acima de tudo SABER OUVIR. Acho que muitos precisam dessa competência no currículo.
      Beijinhos*

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  7. Se calhar procurar outra psicóloga poderia ajudar mais um bocadinho. Uma em condições claro :)
    E força nisso... as vitórias ajudam um bocadinho a criarmos alguma estsbilidade!

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    1. As pequenas vitórias são o que me dá ânimo para não desistir. Sei que isto está enraizado cá dentro, mas também sei que não necessita de ficar aqui para sempre comigo.
      Beijinhos*

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  8. Muito obrigada *.*

    É verdade, há alturas em que parece que passa mesmo a voar. Sem dúvida, estou inteiramente de acordo contigo

    Beijinhos*

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  9. Deixe-me dizer-lhe uma coisa importante aqui, estou a tirar psicologia, e em situação alguma um(a) psicólogo(a) deve fazer logo um julgamento desse tipo, nem entendo sequer como é que ainda não percebemos que precisamos de profissionais competentes neste país, uma vez que ainda há muito preconceito em relação a ir ao psicólogo, algo que faria bem a qualquer um, não é vergonha nenhuma, é apenas sim pedir algum conforto, justificação, explicação. É tão importante talvez como meditar.
    Segurança é algo que não é possível criar pela pessoa, podemos sempre dar um empurrãozinho mas a força tem de vir de você, e sinceramente, desejo muita força para isso, auto-estima, segurança, compreensão de si para si, olhe tudo isso é essencial :) força a destruir essa insegurança, essa falta de auto-estima, muita força. Comece com coisas simples, e vá aumentando o processo de destruição ;) e procure uma psicóloga melhor, sinceramente, que a consiga guiar nesse processo.

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    1. Olá Madalena. Obrigada pelo teu comentário :)

      Acima de tudo essa psicólogo não me soube ouvir e partiu para conclusões precipitadas. Eu nunca me queixei da minha vida amorosa, apenas lhe quis dar um exemplo em como o meu problema afecta os outros também.
      Tenho a noção que aos poucos vou conseguindo me libertar, mas é um processo moroso.
      Beijinhos*

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