Já mencionei, mais que uma vez, que sou uma pessoa muito insegura. Sou insegura nas relações pessoais, sociais e profissionais. Hoje apetece-me "desabafar" sobre os dissabores que isso me traz.
Sei que é por ser assim que nunca estou satisfeita ou feliz. Sei que é por isso que sou ciumenta e controladora. É uma luta constante comigo própria.
Já consultei uma psicóloga, mas acabei por desistir. Não gostei da maneira de ser dela, senti que me julgava um bocadinho, no sentido em que, quando falei dos meus ciúmes (para exemplificar uma situação do meu quotidiano), ela assumiu logo que o meu problema eram de origens amorosas. E não é. Já vem de muito atrás. Muito antes de eu sequer pensar em namorados.
Quando nasci não tinha um lar. Os meus avós (maternos e paternos) não aceitaram que a minha mãe tivesse engravidado ainda solteira e não permitiram que os meus pais me trouxessem para casa deles. Na altura, os meus pais, não tinham possibilidades económicas para ter uma casa própria ou até alugar uma e então vivi da caridade. Alguns meses depois, os meus avós renderam-se. Nunca me trataram mal e sei que me amam. Mas cresci com esta realidade. Cresci, sentindo isto. E hoje em dia, consigo analisar os factos e saber o que me deixou assim, insegura.
Claro que o bullying não ajudou, ter psoríase também não, mas já cresci sempre com este sentimento de impotência. Sempre com um vazio por preencher.
A insegurança faz com que não corra riscos, com que necessite da aprovação dos outros para me sentir bem. A insegurança corrói a mente. Quando algo bom me acontece, tenho medo de celebrar.
Existem dias bons, claro que existem. A minha vida não é um drama. Já tive muitas vitórias e muitas alegrias. Mas aquele bocadinho de mim, a insegurança, está sempre presente.
Escrever ajuda-me imenso. Foi algo que aprendi com os anos. Quando algo me está a incomodar, escrevo, quer seja no papel ou agora, aqui no blog. Exorciza um pouco os demónios que estão cá dentro.
Imagem retirada daqui