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terça-feira, 2 de junho de 2015

Bullying

Comecei a escrever esta publicação acerca do bullying há uns dias, mas ainda não a tinha conseguido terminar.

Estava a conversar com uma cliente, no meu local de trabalho, acerca dos casos recentes de bullying (nomeadamente o do vídeo em que o rapaz foi agredido por duas raparigas). Esta cliente achava que o rapaz devia ter feito alguma coisa para as raparigas o agredirem assim ou então que ele era muito estranho por não ter fugido dali.

Este tipo de conversa é recorrente e irrita-me. Como já escrevi no blog, também sofri com o bullying. Nunca fiz mal a ninguém, nunca provoquei nenhum dos meus agressores e também nunca consegui fugir. Quando contei isto à cliente, algo que me custou imenso, ela achou muito estranho. Como é possível uma pessoa ser agredida física e psicologicamente e não fugir?

É possível. É o medo que os nossos agressores colocam em nós. É aquela sensação que não merecemos melhor; que somos uma porcaria. Não fugimos porque estas pessoas nos tornam fracos; sugam toda a nossa energia.

É frequente ouvir este tipo de comentário acerca das vítimas do bullying. As pessoas têm de entender que não é uma escolha nossa! Foi uma escolha de alguém que resolveu que as nossas vidas não valiam o mesmo que o delas!

Imagem retirada daqui

domingo, 6 de abril de 2014

Uma Revelação #5

Hoje quero falar de um assunto bastante sério: o Bullying

Segundo a Wikipedia, Bullying é um termo utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.

Venho partilhar a minha história hoje, pois nunca o fiz antes (hoje é a primeira vez que o admito - nem a família sabe) e esse foi o meu maior erro. Hoje sei que se não me tivesse escondido talvez tivesse conseguido me ajudar e ajudar alguém na mesma situação que eu.
Fui vítima de bullying, repetidamente pela mesma pessoa e grupo de amigos, desde o 5º ano até 10º ano (ano em que ele saiu da escola). 
Como já revelei, tenho Psoríase e por isso a minha pele sempre foi diferente. Estas pessoas acharam que eu não deveria ser tratada com respeito ou como as outras crianças/adolescentes. Todos os dias, este rapaz dizia-me "Sofia, estás cada vez mais feia". E repetia isto, todos os dias sem excepção. Um dia, nas férias (quando tinha alguma paz), descobriu o meu número de telemóvel e passei a receber mensagens diárias, dele e dos amigos, com conteúdo pouco amigável. Ainda me lembro de todas essas palavras, como se fosse hoje. Diziam que eu era horrorosa, uma porca que não tomava banho, que eu devia ser presa para não sair de casa, que eu devia ter vergonha de ir à escola, etc...
Um dia tentaram me enfiar num caixote do lixo, daqueles gigantes, mas felizmente alguém os travou. 
Foi uma viagem solitária até ao 10º ano. Isolei-me, não tinha amigos, andava sempre cabisbaixa, mas orgulho-me de nunca ter tido más notas. 
Arrependo-me imenso de ter guardado este segredo para mim. Penso que se tivesse contado a alguém, logo no início, não teria anos de tortura psicológica. Já passaram tantos anos e ainda tenho algumas mazelas desse tempo, como falta de confiança e auto-estima. É difícil me achar bonita e nunca acredito quando alguém diz que o sou. Sei que não sou a pessoa feia que me fizeram sentir, mas aquele sentimento nunca sai verdadeiramente. 

Há cerca de 3 anos atrás, a pessoa que mais me tratou mal, descobriu-me no Facebook e mandou-me uma mensagem a pedir imensas desculpas pelo que me tinha feito. Nessa mensagem disse que tinha uma filha de 5 anos que era vítima de bullying na escola, por parte dos coleguinhas, por ter um pequeno defeito num olho. Foi aí que ele percebeu todo o mal que me fez. Nunca lhe respondi, pois não consigo perdoar, mas uma parte de mim, libertou-se com esse pedido de desculpas.

Adorava ter um papel mais activo no combate a esta praga que cada vez mais se está a espalhar. Com pequenos passos sei que vou longe. Se conseguir ajudar, pelo menos uma pessoa, vou me sentir melhor comigo própria. 

Não sejam maus e tratem com respeito todas as pessoas, com todos os seus defeitos e qualidades. Aprendi a não julgar um livro pela capa, pois senti isso na pele. 
Se sofreram/sofrem ou conhecem alguém que está a passar por isso, procurem ajuda e tentem ajudar. Não deixem estas pessoas passar impunes, como eu fiz.

Imagem retirada de A Kaur's Thoughts