Quando era criança, por volta dos 6/7 anos, tinha uma cadela chamada Princesa. Desde que me lembro de mim própria que adoro cães. A Princesa era muito estimada. Na altura, vivia com dois homens alcoólicos, o meu pai e o meu avô, e éramos muito pobres.
Um dia, o meu avô disse-me que ia levar a Princesa a dar um passeio e nunca mais a vi. Desde esse dia que mal falo com o meu avô e a má relação mantém-se até ao dia de hoje. Na altura, nem percebi que ele tinha abandonado a minha cadela, pensei que apenas a tinha perdido. Ainda choro só de pensar na minha Princesa abandonada numa rua qualquer. Ainda sinto uma vergonha terrível pelo que ele fez. Uns anos mais tarde confessou-me que era por causa do dinheiro. A Princesa tinha crescido e dava despesa. Nunca o perdoei.
Sinto tanta vergonha por um acto que eu não cometi, nem tive uma palavra a dizer. Era uma criança e nada pude fazer. A minha Princesa é que sofreu. Ela nunca achou o caminho de volta. Ainda a procurei, na minha inocência, mas nunca a encontrei. Espero que a minha Princesa tenha achado uma família e que não tenha morrido sozinha. Choro a escrever esta publicação porque a minha Princesa não merecia isto. Nenhum animal merece ser abandonado.
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